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Exportação de biomassa para a Ásia: uma alternativa para o Brasil?

Março 22, 2017
Author: Marcelo Schmid

À medida que o mercado asiático de bioenergia se torna maduro, a procura crescente por pellets e cavacos de madeira irá criar oportunidades para fornecedores destes materiais em todo o mundo. Considerando os pellets um produto feito de matéria-prima madeireira de baixo custo e o baixo custo de produção do cavaco, o número de potenciais fornecedores é significativo, pois teoricamente toda região produtiva com disponibilidade de florestas pode ser um fornecedor em potencial. Os produtores de bioenergia no Japão e Coréia do Sul irão precisar de um fornecimento seguro e consistente de biomassa, muitas vezes de vários fornecedores de diferentes regiões. Consequentemente essas empresas irão desenvolver estratégias sólidas de aquisição, análises de risco da cadeia de suprimento, análises de custos, diligências variadas nos fornecedores e diferentes estratégias para a negociação de contratos.

O presente artigo é parte de uma série de análises realizadas pela Forest2Market sobre diferentes regiões ao redor do globo e seu potencial em suprir a demanda futura dos mercados asiáticos por bioenergia e aborda especificamente o potencial do mercado brasileiro.

Quando se fala em fornecimento global de fibra de madeira, existem vários fatores que fazem do Brasil um concorrente naturalmente forte, incluindo as altas taxas de crescimento de plantios, baixo custo e disponibilidade de mão de obra, apenas para citar alguns. Porém, quais são as barreiras que precisam ser superadas para que o fornecimento de biomassa para o mercado asiático seja viável?

De forma similar aos Estados Unidos, o mercado florestal brasileiro é composto de diferentes regiões com diferentes características tanto na produção quanto no consumo de matéria-prima florestal. Em suas análises, a Forest2Market do Brasil costuma dividir o mercado brasileiro em três regiões distintas:

  1. Uma região mais desenvolvida, composta principalmente dos estados da região Sul, onde existe um mercado consolidado de madeira serrada de pinus e madeira para processo (pinus e eucalipto), mas também de Minas Gerais (eucalipto para a indústria do ferro e aço) e da região litorânea do nordeste (eucalipto para celulose);
  2. Novas fronteiras, representadas principalmente pelo mercado de eucalipto para celulose em Mato Grosso do Sul, além de propostas
  3. As “novíssimas fronteiras”, compostas por estados nas regiões centro-oeste, nordeste e norte, como Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia.

 

Embora o Brasil conte com um mercado florestal bastante diversificado, a produção de  pellets de madeira para uso industrial e cavacos não é comum. Diferentemente da região sul dos Estados Unidos, por exemplo, onde é possível encontrar mais de 100 fábricas de cavaco e pellets de madeira, somente algumas poucas empresas brasileiras são dedicadas a esse mercado. De forma geral, os cavacos são produzidos para o mercado somente como uma alternativa quando não existe outro mercado de maior valor agregado para a venda da matéria-prima florestal.

A matéria-prima tipicamente entregue para uma planta de pellets ou cavaco consiste de toras de pequeno diâmetro classificadas como madeira para celulose ou madeira para energia assim como destopos de toras de serraria. Como no Sul dos EUA, como as toras de maior dimensão não são tipicamente entregues para plantas de pellet, os cavacos de madeira são processados como um subproduto do processo de serraria.

Recentemente uma das maiores fabricantes de painéis de madeira no Brasil, a Duratex, revelou que enxerga na exportação de cavacos para o Japão uma alternativa potencial durante a recessão econômica que afetou severamente o consumo e PIB no Brasil. Porém, a principal preocupação desta possível alternativa são os custos logísticos e tais custos precisam ser analisados face à localização geográfica de 04 estados que atualmente possuem excesso de matéria-prima florestal que pode ser utilizada para a produção de pellets e cavaco, são eles:

  1. Minas Gerais: o estado possui a maior área de plantio de eucalipto do país, aproximadamente 1,4 milhões de hectares. Grande parte deste plantio é utilizada para alimentar a indústria local de ferro e aço. Nos últimos anos essa indústria tem sofrido bastante com a crise econômica, vivenciado a quebra de diversas empresas e a consequente queda no consumo de madeira. Atualmente milhares de hectares de plantações estão sem demanda sendo que a Associação Mineira de Silvicultura (AMS) enxerga a bioenergia como uma das saídas para movimentar tais recursos. Porém, a localização dos principais polos florestais de Minas Gerais é suficientemente longe de algum porto para poder tornar a exportação da matéria-prima viável;
  2. São Paulo: um dos mais tradicionais estados produtores florestais no país, São Paulo possui a segunda maior área de plantio do Brasil, direcionada principalmente para a produção de celulose e painéis de madeira. Apesar do mercado de celulose estar em um bom momento o mercado de painéis está atravessando uma crise intensa, forçando empresas a reduzir ou até mesmo a fechar linhas de produção. Graças a esse cenário existe matéria-prima florestal em excesso no Estado, porém, da mesma forma que Minas Gerais, os principais maciços florestais do Estado estão muito longe dos portos para viabilizar a exportação de pellets/cavacos;
  3. Mato Grosso do Sul: nos últimos seis anos o Estado sofreu ma expansão muito significativa de sua área de plantio como resultado dos esforços feitos pelo governo estadual para estimular o plantio de eucalipto. Porém, o mesmo nível de incentivo não foi dado ao setor industrial sendo que atualmente existe uma área excedente estimada pela Forest2Market do Brasil em 200 mil hectares de plantios de eucalipto no Estado. O problema destacado anteriormente para os estados de Minas Gerais e São Paulo, no entanto, é ainda mais significativo em Mato Grosso do Sul, uma vez que a distância do Estado para o porto mais próximo é bastante grande;
  4. Rio Grande do Sul: o Estado possui 308 mil hectares de plantio de eucalipto e 184 mil de pinus. Devido à política governamental adotada nos últimos 15 anos o Estado possui poucas grandes fábricas consumidoras de madeira: uma grande indústria de celulose é dona de grande parte da área de plantio de eucalipto, existem algumas indústrias do segmento de painéis e diversos consumidores de pequeno porte (serrarias e energia) espalhados pelo Estado. Esses mercados são, em muitas vezes, de difícil acesso e alguns produtores locais estão tendo dificuldades em vender suas árvores. A Forest2Market do Brasil acredita que pelo menos 80 mil hectares de plantios de eucalipto estão disponíveis para o mercado. Esse excedente poderia potencialmente ser canalizado para o mercado internacional de bioenergia pois a localização do estado (e de parte dos plantios) é a mais avançada em termos logísticos entre todos os Estados brasileiros com excesso de madeira.

Custo da matéria prima

Mesmo com os desafios relacionados à infraestrutura e logística, assim como com a ausência de fábricas dedicadas à produção de cavacos e pellets, o Brasil possui o mesmo custo para a produção de fibra de madeira no mundo, o que faz com que o país seja bastante competitivo quando comparado a outras regiões (figura 01). Conforme destacado anteriormente a principal razão para essa vantagem de mercado são as altas taxas de crescimento do país.

 

Figura 01

Brazil_Fig_1.png

Fonte: Forest2Market

 

De acordo com os dados da Forest2Market do Brasil, o custo do cavaco entregue no Brasil está entre US$ 41 a 43 por tonelada verde. O principal mercado interno para esse cavaco é a indústria alimentícia e a indústria de grãos, que o utiliza para fins de secagem. Contudo, considerando os custos logísticos e administrativos relacionados à exportação, o custo mínimo médio do cavaco embarcado no navio (FOB) é próximo de US$ 148 por tonelada seca, valor que inviabiliza sua exportação.

Os custos da madeira no Brasil representam uma porção menos significativa do preço do produto final quando comparado ao Sul dos Estados Unidos, enquanto que os custos logísticos representam um componente de custo individual de maior peso no caso brasileiro. Para os consumidores de biomassa na Ásia as melhores oportunidades no Brasil estão em identificar fornecimentos de fibra de madeira que sejam próximos à costa e aos portos, onde os custos de transporte seriam mais competitivos. Baseado na atual situação do mercado florestal nacional, o Rio Grande do Sul é certamente a região onde a exportação de pellets e cavaco de madeira possui maior vantagem.

A empresa de base florestal TANAC construiu a primeira planta de pellet de grande escala próxima ao porto de Rio Grande, Estado de Rio Grande do Sul. A empresa possui um acordo de longo prazo com a empresa Drax Power Limited, parte do Grupo Drax, sediado na Inglaterra, para o suprimento de pellets de madeira. Além do projeto da TANAC merece destaque o projeto de exportação de cavacos para o Japão da empresa Mita, porém, como o primeiro, esse projeto só é viável devido a características únicas do produto (cavaco de acácia) e à localização geográfica. Baseado nos dados da Forest2Market do Brasil e de especialistas do mercado local de Rio Grande do Sul o menor preço para entregar os cavacos no porto de Rio Grande é de, aproximadamente, US$ 120 por tonelada seca.

A tabela a seguir mostra os custos de componentes associados com a produção e exportação de pellets de madeira, assim como cavacos em base verde e seca do Brasil para portos no leste da Ásia (em dólares americanos). Em condições normais tais custos são comparáveis aos custos de exportação do Sul dos Estados Unidos. O Brasil possui a clara vantagem do baixo custo da madeira, mas fica em desvantagem em relação aos custos de transporte. Esse custo da cadeia de suprimentos pode potencialmente ser reduzido pela construção de plantas de pellets/cavaco próximas à matéria-prima e pelo aprimoramento da infraestrutura. Especial atenção deve ser dada ao custo do transporte marítimo, pois, atualmente tal custo está abaixo de padrões históricos, sendo que uma futura mudança resultará em um aumento do custo do produto entregue na Ásia.

 

 Brazil_Fig_2.jpg

 Fonte: Forest2Market

 

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