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A nova dinâmica do comércio mundial de madeira serrada e o papel do Brasil

Setembro 18, 2017
Author: Marcelo Schmid

A Forest2Market do Brasil tem estudado detalhadamente as consequências do recém-terminado Softwood Lumber Agreement (SLA) e as possíveis oportunidades para o Brasil. O SLA era um acordo de comércio existente entre o Canadá e os Estados Unidos, criado para compensar o subsídio recebido pela indústria madeireira canadense. Como grande parte das propriedades produtivas está na mão do governo, o valor da madeira em pé é definido administrativamente e não com base no mercado, criando um descompasso significativo com o país vizinho, principal comprador de madeira serrada do Canadá.

Com o fim do acordo, a participação do Canadá no mercado de madeira serrada (coníferas) norte-americano caiu de 32% (em setembro de 2015, sob vigência do SLA) para 23% em Julho de 2017. A redução do volume de madeira canadense representa uma oportunidade para outros países que tenham capacidade de suprir os EUA com madeira da mesma qualidade.

Recentemente, um inusitado player de mercado ganhou destaque nas notícias relacionadas à venda de madeira serrada aos Estados Unidos: a Rússia. Embora o país tenha uma participação bem modesta no total de madeira exportada aos EUA, os volumes exportados vêm sendo aumentados, mostrando que o país está disposto a tirar vantagem deste momento peculiar e que um desentendimento político – como ocorrido entre EUA e Canadá - pode alterar rapidamente a dinâmica de comércio internacional.

Nas palavras de Jerry Howard, CEO da Associação Nacional de Construtores de Casas dos EUA (National Home Building Association – NHBA), “parece pouco lógico que nós (os EUA) estejamos comprando madeira da Rússia ao invés do Canadá.” E é. A madeira russa entregue no solo americano custa, em média, 42% a mais que a madeira canadense, de acordo com dados do governo dos EUA.

Entre a adoção dessa e de outras alternativas “pouco lógicas” para suprir a lacuna deixada pela madeira canadense, o custo do material para construtores de casas nos EUA aumentou em 20%, de acordo com Howard. “É algo que o mercado está nos forçando a fazer”, acrescenta o CEO. Segundo a Bloomberg, na primeira metade de 2017 as importações off-shore de madeira de coníferas para os EUA aumentaram em 38% enquanto que as remessas vindas do Canadá reduziram em um por cento.

O aumento do custo de material de construção não somente sobrecarrega o bolso do comprador final das casas, mas exclui do mercado uma fatia de compradores de menor poder aquisitivo. Segundo Jerry Howard, para cada aumento de mil dólares no preço de uma residência, 150 mil pessoas são excluídas do mercado de potenciais compradores.

Como provavelmente os EUA não poderão contar com a madeira mais barata do vizinho por um bom tempo (não se espera uma decisão breve do Departamento de Comércio norte-americano) o país terá que gerenciar as alternativas que tem em mãos tentando uma composição final de abastecimento que impacte o mínimo possível o preço das novas residências norte-americanas.

A Rússia não é o único país a se beneficiar da disputa comercial entre EUA e Canadá. E certamente não é a alternativa mais lógica. Outros países do continente europeu aumentaram significativamente suas vendas de madeira serrada de coníferas para os Estados Unidos nos primeiros seis meses deste ano, como:

  • Alemanha: aumento de 900%;
  • Áustria: aumento de 178%;
  • Romênia: aumento de 141%;
  • Suécia: aumento de 41%

A América do Sul possui um papel de destaque na lista de exportadores de madeira serrada para os Estados Unidos, tendo o Chile o principal país vendedor, com aproximadamente meio milhão de metros cúbicos, e o Brasil o segundo, com 244 mil metros cúbicos. Destacam-se ainda nesta lista o Uruguai (11º) e a Argentina (14º).

A crise que abateu a economia brasileira nos últimos anos aliada ao enfraquecimento da moeda brasileira levou diversas empresas a direcionarem sua produção ao mercado externo, sendo os Estados Unidos o principal destino das exportações de madeira serrada brasileira. De 2012 para cá as vendas de madeira serrada de coníferas para os EUA tem crescido bastante, conforme demonstra a figura 02.

 

Figura 01. Evolução da exportação de madeira serrada (de coníferas) do Brasil para os EUA, em 100.000 m3 

Brazil_Sept_2017.pngFonte: United States Department of Agriculture e Forest2Market

 

Embora o volume de madeira serrada exportada pelo Brasil para os EUA venha crescendo ao longo dos anos, causa desconforto lembrar que o volume de madeira serrada exportado pelo Brasil para os EUA em 2016 foi duas vezes menor que o volume exportado pelo Chile, sendo que o setor florestal Brasileiro é 04 vezes maior que seu concorrente latino-americano.

Os aspectos que devem ser analisados para explicar porque a participação brasileira está muito aquém de seu potencial podem ser divididos em aspectos internos e externos:

  • Aspectos internos: a história recente do manejo florestal brasileiro não é favorável à formação de florestas de qualidade aptas à produção de madeira serrada. Nos últimos 10 anos a área de florestas plantadas cresceu em 26% (1,5 milhões de hectares), porém, o grande driver deste crescimento foram os plantios de eucalipto direcionados à produção de madeira para celulose (praticamente a metade deste crescimento se deu em Mato Grosso do Sul, pela instalação das fábricas de Fibria e Eldorado). No pinus, com a crise econômica diversos produtores deixaram de realizar podas e desbastes em seus plantios, optando por rotações mais curtas e menos onerosas em termos de manutenção.
  • Aspectos externos: em relação ao pinus, o rápido crescimento da madeira brasileira e o curto ciclo de corte trazem dúvidas quanto à capacidade de uso estrutural, limitando sua utilização no mercado norte-americano. Além disso, os produtores de madeira precisam atender a certas exigências de qualidade para que a madeira seja utilizada nos Estados Unidos. No caso do eucalipto, embora existam algumas iniciativas brasileiras voltadas à produção de toras de qualidade, capazes de produzir madeira serrada de alta qualidade, não se sabe se a madeira de eucalipto será aceita como um produto alternativo ao hardwood norte-americano.

A participação brasileira no mercado global de madeira serrada está aumentando e deverá aumentar ainda mais, porém, temos fatores limitantes severos que impedem que o Brasil obtenha vantagem no curto prazo da situação de suprimento dos EUA. Em médio prazo, com mudanças na cadeia produtiva de madeira, que deverão ser iniciadas no manejo e se estenderão até a etapa de comercialização, o Brasil poderá fazer do mercado internacional de madeira serrada um driver do desenvolvimento de florestas de qualidade da mesma importância que a celulose. A demanda internacional não faltará.

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